Sustentabilidade é um termo que ligamos diretamente à proteção ambiental, mas será que se resume apenas a questões ambientais?
Sustentabilidade, na teoria, é definida como o equilíbrio entre todas as nossas ações e se baseia em apenas três pilares: Econômico, Social e Ambiental. O conceito de sustentabilidade chegou aos negócios e agora ser sustentável é a tendência trazida pelas startups e definida como modelo a ser seguido em todo desenvolvimento de novos produtos e serviços, como explica Eric Ries em seu livro Startup Enxuta, bem como outras lideranças da área.
Enfrentamos uma rapidez no surgimento de novos negócios, novas tendências que, na prática dos negócios, com uma concorrência cada vez mais acirrada, a sustentabilidade é um conceito que se estende e deve ser aplicada em todas as áreas da empresa, pois em cada ação precisamos buscar a melhor eficiência no uso de nossos recursos, sejam humanos, econômicos ou materiais. Precisamos, também, do equilíbrio entre as ações e os impactos que elas geram.
Nesse contexto, empresas como L’Oreal, por exemplo, vem inovando em seu meio de produção e estão desenvolvendo plantas que denominam de “fábrica seca”, onde reciclam toda a água que usam em seu processo para não comprometer o abastecimento de água nas localidades que esse recurso é escasso, contribuindo, assim, para diminuir o seu impacto local e gerando redução de 44% de litros por unidade produzida e o reaproveitamento de 100% da água de osmose.
Segundo relatório da PwC, até 2025, 57% dos ativos de fundos mútuos na Europa estarão em fundos que consideram os critérios ESC (sigla em inglês para “environmental, social and governance”, isto é, ambiental, social e governança, em português), o que representa US$ 8,9 trilhões, em relação a 15,1% no fim do ano passado. Além disso, 77% dos investidores institucionais pesquisados pela PwC disseram que planejam parar de comprar produtos não ESG nos próximos dois anos.
Mas essa não é uma tendência apenas dos investidores, os consumidores se importam cada vez mais com o produto que consomem e levam em consideração a “pegada” ambiental e social do processo de produção. Em estudo realizado pela agência de pesquisa norte-americana Union + Webster, divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) em 2019, a pesquisa apontou que 87% da população brasileira prefere comprar produtos e serviços de empresas sustentáveis e 70% dos entrevistados disse que não se importa em pagar um pouco mais por isso.
Do ponto de vista ambiental, para iniciar no processo de sustentabilidade, há algumas alternativas como: avaliar o método de produção através da análise do ciclo de vida do produto, medir o uso dos recursos naturais, como energia e água, e analisar os impactos gerados pela operação do negócio em determinada localidade.
Diante disso, podemos concluir que negócios que se comprometem com as melhores práticas de gestão acabam tendo uma operação mais sustentável em diversos aspectos, incluindo o econômico e na gestão de riscos – e, como consequência, geram resultados melhores ao longo do tempo, tornando assim uma mudança necessária na estratégia dos negócios.
Ana Oliveira
Diretora Administrativa da Amplar Engenharia Ambiental.
